26.11.11

dizem que o amor é superior a tudo

Lembraste da saudade incontrolável que nos preenchia? Do brilho que nos invadia os olhos sempre que o nosso olhar se trocava? Daquele sentimento contagiante de realização e estabilidade que se dispersava por todo o sítio à nossa volta, não deixando que nada perdesse a cor e a magia que aos nossos olhos pareciam perfeitas? Lembraste de quando tudo isto, inevitavelmente, falava por si como se não precisasse de mais nada para que aquilo que guardavamos em nós fizesse o mínimo sentido? Eu lembro-me, todos os dias. Lembro-me e espero por ti, ainda. Por ti e por essa magia e cor que ficou retida nas memórias de quando tudo se encontrava sem um único defeito. Certamente que aquilo nos separa já não é a distância, é a ausência. A ausência da cumplicidade, da confiança, a ausência do dar e receber mutuamente. Falta-nos isso para que tudo pudesse continuar como quando nos completavamos um ao outro, como quando não havia nem uma única palavra por alterar.