26.1.12

desabafo.

É quando menos esperamos que as pessoas chegam e  invadem o nosso coração. Connosco foi assim. Com a maior das simplicidades e da forma mais inesperada que possa existir, tu invadiste o meu. Invadiste o meu coração e guardaste-o bem juntinho ao teu. Invadiste a minha vida e, em apenas meses, tornaste-te numa das grandes pessoas que dela faziam parte. Tive a prova de que não é preciso mais do que o 'nosso' tempo para construir algo tão grande. Bastam as palavras, os gestos, a cumplicidade, o sentimento e o carinho, e depressa se vão o 'i' e o 'm' que constituem a palavra impossível. E nós temos, ou pelo menos tinhamos, tudo o que era preciso. E, é por isso que eu não consegui ainda encontrar uma única explicação possível e justificável para o facto de a vida ou mesmo as circunstâncias serem tão cruéis e injustas, como foram para nós. Pergunto-me como algo tão grande, como aquilo que nos juntava, como aquilo que, essencialmente, nunca nos separava, pôde ausentar-se devido a um obstáculo tão ridículo e insignificante e que, infelizmente, por puro orgulho de ambas as partes não consegue ser superado. Mas apesar disso, "tudo acontece por uma razão", foi algo que sempre ouvi dizer e insisto em nunca apagar do meu pensamento, por mais motivos que existam para não o fazer.
 Não sei qual a 'nossa' razão, mas sei, sem nenhuma sombra de dúvida, que com tudo isto eu consegui ter a prova do quão vazia me sinto sem ti. Consegui sentir, da forma mais clara e talvez exagerada, a falta dos teus sorrisos, a falta do teu "berrar mais que cantar", consegui e consigo sentir a cada dia que passa a tua falta.
Falta-me a tua energia, falta-me aquilo que nos preenchia, falta-me o teu querer e poder, falta-me o dar e receber mutuamente, falta-me a tua segurança, falta-me o indestrutível e o incondicional da nossa amizade, "falta-me uma parte de mim que te dei e que agora já não podes devolver".
 Quero que saibas que não pretendo com isto nenhum tipo de reconhecimento da tua parte, até porque isso deve partir das duas partes e não apenas de uma. A verdade é que pensei e senti-me longe de ter a certeza de que era correto escrever-te, pois sofro para mim e insisto inútilmente em fazê-lo, e esse é o meu grande problema. Esta foi apenas uma forma que encontrei para fazer diminuir esse grande e injusto sentimento, a que chamam de sofrimento.